Minha internação de urgência na noite de 26 de outubro de 2023 devido a uma infecção grave por bactéria nos rins, que chegou a atingir o sangue, foi o mais próximo que estive até hoje de experimentar um risco real de morrer.
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Reflexões a partir da experiência de cuidar do meu gato em fase terminal
Cuidar do meu gato de 22 anos diagnosticado com um tumor em fase terminal tem sido uma experiência ao mesmo tempo dolorosa e rica para mim.
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Comentários sobre o filme Aos olhos de Ernesto
O filme da diretora Ana Luiza Azevedo (2020) é um convite para enxergar a vida pelos olhos de Ernesto. Um homem na faixa dos setenta anos, parcialmente cego.
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Medo e coragem em tempos de coronavírus: reflexões à luz de uma experiência pessoal
Quando padeci de um quadro fisicamente muito doloroso há alguns meses não poderia imaginar que estava, sem saber, acumulando experiência para atravessar a onda do coronavírus.
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Hoje estou de luto.
Hoje estou de luto por alguns de meus vizinhos que, perplexos, me perguntaram por que eu chorava se minha casa estava protegida do incêndio que devorou por dois dias ininterruptos a mata e matou milhares de vidas mais honestas que a nossa.
Estou de luto pela falta de paixão de algumas das pessoas vestidas de vermelho que foram enviadas para nos ajudar, mas que se mostraram terrivelmente presas nas malhas da inércia. Desalmadas e carcomidas no ser por um salário miserável e por um Município que não as valoriza como salvadoras que em tese são, mostraram-me o quão triste é um coração sem alma, desacreditado de sua própria importância no mundo.
Estou de luto por aqueles que conseguiram chegar em casa após um dia de trabalho e ligar a TV mesmo com labaredas enormes devastando a vida e empesteando o ar a alguns metros de suas lindas e envidraçadas janelas.
A morte é um borrão na natureza.
Em “Os trabalhadores do mar”, de Vitor Hugo, diz o narrador sobre o desespero de Gilliatt, diante do risco de sua própria morte:
O homem diante da noite reconhece-se incompleto. O céu negro é o homem cego. Com a noite o homem abate-se, ajoelha-se, arrasta-se para um buraco ou procura asas. Quase sempre quer fugir a essa presença informe do desconhecido. Pergunta: O que é; treme, curva-se, ignora; às vezes, quer ir lá. Todo o número é zero diante do infinito. Dessa contemplação solta-se um fenômeno sublime: o crescimento da alma pelo assombro. Mas, este prodígio universal não se realiza sem atritos e os atritos é o que chamamos de Mal. O Mal desconcerta a vida, que é uma lógica. Faz devorar a mosca pelo pássaro e o planeta pelo cometa. O Mal é um borrão na natureza.
Até quando devemos prolongar a vida humana?
As ideias contidas neste texto são fruto de uma série de reflexões que pude fazer ao longo da semana passada e que foram motivadas pelo suicídio do ator Walmor Chagas e pelo filme francês “Amor”, de Michel Haneke, em exibição nos cinemas.
Envelhecimento e morte: estes nossos incômodos (des)conhecidos.
Minha motivação inicial para escrever este artigo se deve ao fato de haver, sobretudo em nossa cultura atual, um grande silenciamento ou, no mínimo, certo mal-estar quando o assunto é envelhecimento e morte, algo que noto muito em minhas aulas de Desenvolvimento Humano quando trato do envelhecimento e morte com meus jovens alunos.
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