A velhice


O homem evita aquilo que o assusta, sendo este o caso da velhice. O que o torna quase sempre equivocado e ingênuo sobre a sua chegada. 

Isso significa, por exemplo, que o desejo de prolongar em demasia a vida é quase sempre do moço, mas nunca do velho, conhecedor íntimo da sua degradação, da qual evidentemente nunca poderá falar. Daí talvez não haver nada mais deprimente e tristonho que um velho otimista.

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Por um sentido digno à existência da mulher: reflexões sobre um domingo de Páscoa

Há uma beleza dolorida na cena que deve ter se repetido em muitos lares do mundo todo neste último domingo de Páscoa: mulheres, por vezes idosas, cansadas e com dores pelo corpo todo, cozinhando para seus filhos, netos e, quem sabe, bisnetos.

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Pudor e hipocrisia no casamento conjugal moderno: reflexões à luz do pensamento de Simone de Beauvoir.

Uma mulher insatisfeita sexualmente com seu marido que ligasse a rádio na década de 80 e ouvisse a parada pop de sucesso “Amante profissional” (da banda Herva Doce) ver-se-ia seriamente tentada a contratar o serviço.

Na irreverente música o tal amante profissional é descrito como um homem alto, moreno, bonito, carinhoso e sensual, capaz de realizar a fantasia da mulher insatisfeita sexualmente por meio de um relacionamento íntimo e discreto e sem qualquer compromisso emocional.

A cena faz apelo (e sucesso) porque joga com a insatisfação da mulher com aquilo que ela tinha em casa, ou seja, o marido. O amante profissional, alto, moreno, bonito, carinhoso e sensual, é quase sempre o contrário do que era o marido da realidade: por vezes baixo, calvo, já com o abdômen avantajado e largado por anos da prática da cerveja e do exercício tipo controle remoto, estúpido e grosseiro e nem um pouco romântico com o avançar dos anos de casamento, se é que fora um dia.

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O falo como condição de alienação

Em psicanálise, uma forma de definir o falo é qualquer símbolo com função imaginária de suturar[1] nossas faltas existenciais. Freud descobriu que o pênis, órgão corporal masculino, tem para crianças de ambos os sexos, a função privilegiada de um falo.

Esta significação do pênis como falo é, obviamente, determinada pela cultura, o que significa dizer que não se trata de um mero acaso que as coisas tenham se arranjado assim. Em uma sociedade matrilinear e não patrilinear como é nossa, o falo bem poderia estar do lado feminino sendo, por exemplo, os seios intumescidos de leite ou o útero.

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