Diálogos psicanalíticos sobre o filme Oblivion (Esquecimento) à luz do pensamento de Bion.

oblivion_bx_universal-pictures_pi  Gostaria hoje de tecer algumas interpretações psicanalíticas sobre o filme “Oblivion” (Esquecimento, em português), atualmente em cartaz nos cinemas.

Como toda obra, pode ser interpretada sob diversos prismas: esta em particular pode ser compreendida sob o prisma apocalíptico (que prevê o fim do mundo por guerras intergalácticas, causada pela existência de vidas extraterrenas), sob o prisma ecológico (que prevê o fim do mundo pelo que temos feito ao meio ambiente), etc.

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A verdadeira riqueza humana.

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O que é realmente essencial para sermos felizes?

Hoje gostaria de fazer algumas reflexões sobre algo que venho pensando muito nos últimos tempos. Trata-se da seguinte questão: o que é realmente essencial para que um ser humano possa transitar por esta vida com algum prazer?

A partir das minhas reflexões, respondo que a maior riqueza que um ser humano pode ter está no que ele é capaz de sentir e não no que ele é capaz de acumular em termos de bens materiais.

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O feminino na Psicanálise e na tragédia grega.

Femininity_1Em suas elaborações sobre o feminino, Freud lançou a seguinte questão, para ele enigmática e difícil de ser respondida: “O que quer uma mulher?”. Para mim, há ainda outra questão anterior a esta e talvez mais importante: “O que é uma mulher?”.

Freud foi duramente criticado por analistas que se seguiram a ele e também por correntes feministas que consideraram sua teoria falocêntrica. Explico-me. Todo o embasamento teórico que Freud deu no que se refere à construção das identidades masculinas e femininas foi assentada na presença ou ausência do pênis, ou seja, no modo como cada ser humano vivência e se coloca diante da castração.

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Reflexões sobre a escolha pelo curso de psicologia.

psicologoCostumo receber muitos e-mails de estudantes de psicologia e de pessoas que têm interesse na área me perguntando como é atuar como psicólogo. Desta forma, achei que seria relevante produzir um texto sobre o tema e para isso vou me basear em algumas percepções que pude ir acumulando durante os meus anos de experiência como docente em cursos de psicologia.

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Até quando devemos prolongar a vida humana?

suicidio1wAs ideias contidas neste texto são fruto de uma série de reflexões que pude fazer ao longo da semana passada e que foram motivadas pelo suicídio do ator Walmor Chagas e pelo filme francês “Amor”, de Michel Haneke, em exibição nos cinemas.

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É preciso ser infinito para ser só.

pensando

Capacidade de estar só:

Uma das grandes conquistas internas do verdadeiro amadurecimento é a capacidade de estarmos sós. Ocorre que estar sozinho não significa sentirmos solidão e angústia, como muitas pessoas tendem a experimentar.

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Qual o preço a ser pago pela liberdade? E pela não liberdade?

 

Para iniciar minhas reflexões sobre a liberdade inspiro-me no pensamento incrível proferido por Nelson Mandela, homem que lutou bravamente pela liberdade na África do Sul, ao ser preso: “Vocês podem tirar tudo de mim. Menos a minha liberdade de pensar”.

Mandela referia-se à liberdade mais incrível que um ser humano pode acessar (ao contrário de todos os outros animais) que é a consciência de si mesmo, de sua condição histórica e social, pois, só homens têm uma consciência política de sua existência!

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Angústias de Natal e de Ano Novo e a necessidade de comprar presentes.

Não precisamos fazer muito esforço para perceber, com a proximidade das datas de Natal e Ano Novo, o predomínio nas pessoas de um funcionamento que chamamos na Psicanálise de estado maníaco. Explico-me. Segundo Melanie Klein, defesas maníacas (tentativa de controle sobre o objeto) têm como propósito a evitação do contato com angústias depressivas que derivam do sentimento de perda de algo.

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Envelhecimento e morte: estes nossos incômodos (des)conhecidos.

Minha motivação inicial para escrever este artigo se deve ao fato de haver, sobretudo em nossa cultura atual, um grande silenciamento ou, no mínimo, certo mal-estar quando o assunto é envelhecimento e morte, algo que noto muito em minhas aulas de Desenvolvimento Humano quando trato do envelhecimento e morte com meus jovens alunos.

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A hora do sim é o descuido do não.

   Quantas vezes ele não foi e não avisou. Ou simplesmente ligou dando uma desculpa esfarrapada. Quantas vezes não retornou a ligação.

Quantas vezes ela negou aquele convite para sair com a amiga necessitada de conversar. Quantas vezes ela disse não, hoje eu não posso. Não porque não podia mesmo (embora ela não soubesse disso), mas porque tinha medo, não sabia ao certo do que.

Quantas vezes não respondeu aquele e-mail. Marcou aquela viagem e não foi. Disse que ia ligar e não ligou.

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