Contribuições de Aristóteles para uma vida de sentido

O ser humano não é só, ainda que o seja também, um animal. Se de um lado ele está determinado por seus imperativos biológicos (necessidade de se alimentar e de se hidratar, de dormir e de procriar, de defecar e de urinar), o homem busca também transcender sua própria existência. Em uma linguagem bíblica, o homem almeja ser à imagem e semelhança de Deus.

Este seu anseio de transcendência e de superar a si mesmo é um exercício de potência realizadora que o impele sempre em direção a ser o melhor que ele pode em cada situação. Em poucas palavras, o ser humano necessita dar sentido à sua existência e anseia por uma vida de sentido, pelo menos, quando está saudável. Para Simone de Beauvoir “o Homem prefere razões de viver à vida em si mesma”. 

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Artigo científico publicado na revista Psicanálise & Barroco em Revista 2015

Acesse o meu artigo científico intitulado As tramas do nascimento psíquico no conto A Legião Estrangeira, de Clarice Lispectorpublicado na revista Psicanálise & Barroco em Revista em 2015.

Referência: MORAES MARTINEZ, A. L. As tramas do nascimento psíquico no conto A Legião Estrangeira, de Clarice Lispector. Psicanálise & Barroco em Revista[S. l.], v. 13, n. 1, 2018. DOI: 10.9789/1679-9887.2015.v13i1.%p. Disponível em: http://seer.unirio.br/psicanalise-barroco/article/view/7351.

Artigo científico revista Estilos da clínica (USP. Impresso) 2014

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Acesse o meu artigo científico intitulado Ressonâncias do inconsciente materno e familiar na sintomatologia infantil e no setting analíticopublicado na revista Estilos da clínica em 2014.

Referência: MARTINEZ, A. L. M. Ressonâncias do inconsciente materno e familiar na sintomatologia infantil e no setting analítico à luz de um caso clínico. In: Estilos da clínica. (USP. Impresso), v. 19, p. 91-110, 2014.

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Artigo científico revista Psicologia em Revista (online) 2014

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Acesse o meu artigo científico intitulado Famílias homoparentais: tão diferentes assim?publicado na revista Psicologia em Revista (online), em 2014.

Referência: MARTINEZ, A. L. M. Famílias homoparentais: tão diferentes assim? In Psicologia em Revista (Online), v. 19, p. 371-388, 2014.

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Artigo científico publicado na revista Estudos de Psicologia (PUCCAMP) 2011

download (1)Acesse o meu artigo científico intitulado A experiência da maternidade em uma família homoafetiva femininapublicado na revista Estudos de Psicologia da PUCCAMP em 2011, escrito em parceria com a Profa. Dra. Valéria Barbieri (FFCLRP-USP).

Referência: MARTINEZ, A. L. M. & BARBIERI, V. A experiência da maternidade em uma família homoafetiva feminina. In: Estudos de psicologia (PUCCAMP. Impresso), v. 28, p. 175-185, 2011. 

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Hoje estou de luto.

Hoje estou de luto por alguns de meus vizinhos que, perplexos, me perguntaram por que eu chorava se minha casa estava protegida do incêndio que devorou por dois dias ininterruptos a mata e matou milhares de vidas mais honestas que a nossa.

Estou de luto pela falta de paixão de algumas das pessoas vestidas de vermelho que foram enviadas para nos ajudar, mas que se mostraram terrivelmente presas nas malhas da inércia. Desalmadas e carcomidas no ser por um salário miserável e por um Município que não as valoriza como salvadoras que em tese são, mostraram-me o quão triste é um coração sem alma, desacreditado de sua própria importância no mundo.

Estou de luto por aqueles que conseguiram chegar em casa após um dia de trabalho e ligar a TV mesmo com labaredas enormes devastando a vida e empesteando o ar a alguns metros de suas lindas e envidraçadas janelas.

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Grupo de Estudo 2017 O Feminino na psicanálise

download (9)Estão abertas as inscrições para os grupo “Estudos sobre o feminino: leituras comentadas de textos freudianos e outros autores”.

Objetivos

I) Compreender, dentro de uma perspectiva histórica-cultural, os desenvolvimentos teóricos freudianos a respeito do feminino, nascido de sua escuta flutuante.

II) Estudar outros autores da psicanálise que fizeram acréscimo ao tema, bem como acompanhar o desenvolvimento da temática em obras literárias em que a problemática do feminino seja desenvolvida pelo autor.

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Crônica de um casal quase moderno

O casal unido há quase vinte anos, com uma convivência tão satisfatória quanto pode ser a convivência entre dois seres humanos, acaba de ter uma relação sexual.

Com o auxílio de um vibrador, a esposa chega ao orgasmo e com isso se sente animada para continuar aproveitando a penetração. Satisfaz-se de novo. Terminado o jogo erótico, levantam-se, banham-se e vão à cozinha. Há uma louça a ser lavada e como um bom casal quase moderno, que divide todas as contas da casa igualmente, a esposa, entre ingênua e curiosa, pergunta:

– Quem vai lavar a louça hoje? Eu ou você?

– Você. Eu te fiz gozar…

Silêncio magoado e constrangido.

– Eu também te fiz gozar. Então, você lava a louça hoje!

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O problema da procriação em Freud.

O ato de procriar nos animais que têm seu comportamento sexual definido unicamente pelo instinto não é um problema moral. O que significa dizer que ele está fora do âmbito da escolha.

Mas o mesmo não acontece com os seres humanos, em que o ato de procriar inscreve-se – ou pelo menos deveria inscrever-se –  na problemática moral da escolha. Porque verdadeiramente desejo dar a vida a alguém é uma questão com à qual o ser humano minimamente inscrito na cultura deveria se debater em algum momento de sua vida.

Nesse sentido, será meu propósito neste texto, resgatar o que Freud postula a respeito do ato procriador nos seres humanos, a partir de suas reflexões no texto “Sobre o narcisismo: uma introdução” e mostrar como aquilo que ele coloca lá, e que está implicado no ato procriador, costuma estar radicalmente recalcado no âmbito da cultura.

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Por que não fica?

Em tudo o que vivemos, em tudo o que fazemos, em cada lugar que habitamos, em cada pessoa que amamos, por cada filme ou livro que choramos, deixamos uma parte de nós. Despedir-se desta parte é como perder um dedo ou um braço, ou quem sabe, um pedaço do coração ou do fígado ou dos pulmões. E deixar para trás é sempre doloroso. Porque esta parte nossa, nunca mais a reencontramos. Aquele lugar ficará vazio para sempre. Só que para existir poesia é preciso haver vazios; é preciso o silêncio e a ausência para brotar o novo.

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